TUDO QUE VOCÊ NUNCA QUIS SABER SOBRE OS SKINHEADS, POIS SEMPRE ACHOU QUE ERAM TODOS NAZISTAS!

Seja bem-vindo(a) à página dos SKINHEADS CEARÁ, um coletivo que agrupa principalmente skinheads, sejam eles anarquistas, comunistas, ou sem nenhuma ideologia definida, mas também outras culturas irmãs (como os mods, rude boys e punks). Possuímos em comum a paixão pelo oi!, ska e reggae; o prazer por uma cerveja gelada e um bom futebol; o sentimento classista e a revolta diante de toda e qualquer forma de discriminação e exploração. Leia mais...

27 de out. de 2009

Ska Brothers no Orbita Bar dia 30/10.


Hey Skavoovee!
Proxima sexta-feira, 30 de outubro, é dia de ska! Ska Brothers retoma a agenda de shows no Orbita Bar, em frente ao Centro Cultural Dragao do Mar. Atençao, as 100 primeiras pessoas entrarao de graça, mas para isso terao de chegar cedo e provavelmente entrar na fila na entrada da casa. Quem ficar de fora da centena tera de desembolsar R$ 15,00 pelo ingresso. A banda promete novidades no repertorio e uma sessao de metais cortantes...
E nao para por ai!
A agenda segue no dia 07 de novembro com descida do ska pra praia na Barraca Sorriso do Sol na Praia do Futuro. Ja no dia 28 de novembro tem pela primeira vez Ska Brothers e Dj Trotskid Trosko, no Acervo Imaginario na Praia de Iracema, proximo ao Centro Dragao do Mar de Arte e Cultura. Agendem-se! Nos encontramos no Orbita Bar na sexta!
JAMAICA SKA! SKA !SKA! SKA!

23 de out. de 2009

Nazis e Carecas do Ceara unidos contra Skinheads Ceara


Oi! Camaradas!
Apos o Outubro Oi! e sua enorme repercuçao entre amigos e inimigos dos skinheads, alguns de nossos camaradas foram visitados no site de relacionamento Orkut por um individuo, em particular, que se reivindica nazi(lusitano) e por outros elementos, em geral, ditos "Carecas do Ceara".
Um tal "R.18"(fake) deixou a seguinte mensagem nos recados de um de nossos moderadores:
"Só digo uma coisa, farça Rash no brasil não essa naçao e nossa e nos Lusitanos vamos acabar com essa Escoria. brasil para os verdadeiros Brasileiros... foda-se Revolucionarios, Marginais e Noiados... porque e isso que o Rash representa ne! quem fala muito pouco faz, so vou ta um "Tok" sabe o Dia que teve um Show Rash ali na Praia de Iracema? pois e camarada, tinha alguns de nossos camaradas so observando como vcs agem e coisas do tipo. enfim Movimento Wp, de SC agora aqui no Nordeste onde so tem escoria pra acabar com essa Sub Raça ( antifachuparola )

88 No Nordeste ;) "

Ja outro individuo, que se intitula Careca do Ceara, pegou fotos do album do perfil de um camarada do RASH e fez uma montagem com insinuaçoes homofobicas!



Pensavamos se tratarem de coisas a parte, no entanto, agora kkrecos e nazis estao unidos para contraporem-se aos Skinheads Ceara, formada por RASH e SHARP. Nao que isto seja novidade pra nos, afinal, conhecemos a vergonhosa historia dos Carecas no Ceara, desde sua origem a decadencia! O novo no caso, é o surgimento de nazistas(assim assinalou o borrabota, embora achemos que os nazis- arianos- nao concordem; eles que se entendam) no Ceara, uma terra habitada por maioria de caboclos, mestiços ou propriamente negros para definir como raça. Vamos além, no Nordeste nao ha um Estado, de 09, que possa dizer majoritariamente branco. Mas, o pobre diabo diz ter vindo de "SC", ou seja, Santa Catarina, no Sul do Brasil, Estado com grande concentraçao de imigrantes europeus desde a Segunda Guerra Mundial, onde vieram fugindo do nazismo, que este "bosta" reivindica. O mais hilario é como reivindica-se "Lusitano" nazista, verdadeiro brasileiro(...); nem Salazar chegaria a tanto embriagado!
Nos ultimos anos tem surgido uma série de individuos que vem do Sul para o Ceara e ao se instalarem querem disseminar ideias nazistas e/ou facistas... Até serem confrontados com os irredutiveis Skinheads Ceara.
Quanto aos kkrecos, estao tentando arranjar forças nestes "laranjas" para se reerguerem dos golpes tomados de todos os lados pra onde se viram.
Atente-se a isso, o retorno de uma figura carimbada dos kkrecos em Fortaleza, Davi Simoes ou Davi Monteiro, o Davi Careca como ficou mais conhecido apos se reivindicar streight eddie, punk, e que logo quando passou a se meter com os fachos andou tentando contatos com nazistas, mas quando colocava quer era nordestino, morava em Fortaleza os nazis foram unanimes em chama-lo de "Lixo Nordestino". Logo que passou a reivindicar-se careca tomou um cacete de fas no show do Garotos Podres em Fortaleza, por fim levou uma surra de metaleiros apos espancar um lendario punk indefeso por ser homossexual na Praia de Iracema, entre outros. Pouco tempo atras nos contactou dizendo ter rompido com os carecas e que agora tinha convicçao de queria ser Antifa... Eis a mensagem:

"To entrando em contato pra propor uma trégua. mais que isso alias... dizer que sou acima de tudo skinhead e que a um tempo venho simpatizando com a luta anti-fascista. Meu posicionamento é de um skinhead tradicionalista, ou um sharp, com uma convicção pessoal socialista e patriota.
A cena Careca está defasada e esse movimento é um erro pra cena Skin no Brasil e na america latina. Tenho contestado o nacionalismo e quero dizer que agr, embora não concorde com o anarquismo, e eu seja bastante independente, vcs tem um camarada político. Meio sem tempo pelo trabalho, mas se forem sérios mesmo, me coloco a disposição do que precisar pra cena SHARP de Fortaleza.
abrs"


Da pra acreditar num sujeito que demonstrou nunca ter tido convicçao de nada e que so serve de marionete pros fachos?
Por fim o borrabota que produziu a montagem com imagem de camaradas da Ultras Resistencia Coral na Parada do Orgulho Gay 2009 de Fortaleza ao lado de homossexuais e com a bandeira(arco-iris) do movimento GLBT, se chama Victor e ha algum tempo era so um playboyzinho querendo dar uma de posudo skinhead. Chegou até nos dizendo ter montado uma gangue de skatistas skinheads, curtindo musica rave, entre outras bizarrices tipicas dos enfados contraculturais burgueses. Foi procurar abrigo nos kkrecos onde passou a ser mais um dos bonifrates que repetem o discurso batido e caduco dos fachos galinhas verdes integralistas.



Skinheads Ceara: Todo este exército aguerrido, 06 anos de combates nao batido!
Desde ja, convocamos todos os camaradas antifascistas para o mais incessante e intrépido combate a esta escoria! Esta uniao na verdade, é uma tentativa de manutençao da sobrevivencia desta escumalha. Façamos com que esta uniao ja nasça morta! Alerta a todos os grupos Antifas Nordeste, vamos fechar o cerco! Aos inimigos nem agua!
Oi! Oi! Fortaleza resiste ao som de Oi!
Nao tememos nada acima ou a altura de nossas cabeças, pois ja estao todos abaixo de nossas botas!
RASH Fortaleza! Braço politico, mao de ferro!
SHARP Fortaleza! Com fascismo nao se discute, se combate!

21 de out. de 2009

Entrevista Red Warriors

Os Red Warriors foram sem dúvida alguma os que impulsionaram uma leva de jovens a escorraçar das ruas os fascistas na França. Tivemos a oportunidade de entrevistar um de seus membros, e a partir daí nós elaboramos este pequeno artigo.
Os Red Warriors foram um grupo criado em 1986. No início eram Greg e Simon que freqüentavam o mundo alternativo. Simon na época tinha dezoito anos.
"Depois de um dia de festa planejamos criar um grupo mais seriamente. Era foda para nós que freqüentávamos as ruas ter que assimilar a lei dos boneheads, que se organizavam e andavam em bandos, ao contrário da extrema esquerda que era normalmente autônoma. A idéia era criar um bando de luta ativo contra a extrema direita.
Assim, ao chamado inicial se uniram nós muitos outros, até um total de 14 no final de 87.
Normalmente os 14 não andávamos juntos, senão seis ou oito. Todos éramos mais ou menos skinheads, salvo eu. Para as ações diretas éramos capazes de juntar até 60 pessoas.
A vantagem dos Red Warriors era que nunca parávamos no mesmo lugar, o que fazia com que não estivéssemos em nenhum lugar, mas, algumas vezes em todos. Pegávamos desprevenidos, o que demonstrava que os boneheads não eram super homens. A intenção era que os nazis tivessem medo de sair nas ruas com toda sua parafernália (bandeiras francesas, célticas, suásticas...).
Os Red warriors em todos os aspectos eram inferiores numericamente as nazis, o que fazia com que as ações fossem totalmente organizadas para evitar qualquer surpresa. Antes se estudava sobre o terreno para evitar imprevistos de última hora. As reuniões antes das ações eram rápidas e discretas, e se aconteciam na casa de uns e outros ou mesmo nos squatts.
Todos praticávamos algum esporte de combate (Full contact, Thaï Boxing, Kung Fu) ainda usávamos armas como: tacos de Baseball. Houve quatro ocasiões em usaram armas de fogo:
_ Em Maraichers havia um squatt de nazis os quais queriam fazer sua lei sobre os residentes; fomos umas cinqüenta pessoas, numa manhã por volta de 7:00. O resultado foi de 23 nazis feridos e o squatt fechado pela polícia durante dois dias.
_ Em 1988 durante a campanha presidencial formaram um grupo para colagem de cartazes, levando-se em conta que muita gente tinha medo. As camionetas que nos emprestaram nos serviram também para alguma e outra ação.
Com a polícia quase não tivemos problemas, pois normalmente tínhamos as costas (coartadas...). Ainda sim, cada vez que os nazis tomavam uma surra a polícia vinha nos fazer uma visita. Somente Manu teve problemas com as autoridades e teve que passar 14 meses na prisão por porte de armas, e Lionel que se encontra atualmente na prisão, era o menos politizado, porém um dos mais ativos.
Assim, pouco a pouco começaram a surgir outros grupos que também praticavam a caça de nazis. De todos os modos, muitos destes grupos não estavam realmente convencidos, lhes atraia demasiadamente o look, e suas ações nem sempre eram inteligentes. A luta antifascista não é uma intentona desorganizada.
Tivemos atividades com a Divisão St. Georges, Juvisy, Bunker 84 e JNR. As ações foram freqüentes até 92.
Uma das lembranças que conservo com alegria foi o esquema de segurança que montamos para o último show do Berurier Noir.
Dentro do grupo, a nível político, cada um tinha suas próprias idéias (todos antifascistas e nada mais) não havia problema de militância. Era simplesmente um ódio visceral contra a extrema direita, havia uma ira geral contra os putos fachos.
Hoje em dia não nos vemos muito, mas seguimos em contacto. "
Por último, Devemos deixar a democracia aos inimigos da democracia?
" Não temos que deixar que a extrema direita nos domine para revelarmos contra ela. Não podemos lutar pacificamente contra uma ideologia que tem como argumento principal a violência. Busca os meios para lutar contra a extrema direita. A ação contra eles é o único meio, já que o argumento político não é suficiente, pois quando não são muitos lhe escutam, mas quando são majoritários te espancam."

Os fascistas são como a gangrena, ou os elimina ou te apodrecem!!!

História de The Redskins*


Tratar de traçar a vida de um grupo como os Redskins não é uma tarefa fácil. Cada um tem sua própria visão do que significaram, porque se trata de um grupo mítico, um desses raros grupos que estão praticamente sós na origem de um movimento.
1981: Um bar de Leeds. Uma banda skinhead de York chamada “No Swsatikas” toca ante um público confuso.
Obviamente não são uma banda de Oi!(demasiado política, sem traço de cockney). O vocalista, alto e magro, reluz um pequeno corte como o de “Tintin” (personagem infantil); o baixista parece um skin-mod clássico. Tocam punk rock- não o Oi! bronco, bêbado e orgulhoso nem o estilo de patches e moicanos de Discharge, senão algo mais próximo ao som dos primeiros Jam ou Clash. E havia só uma insinuação do soul dos Dexy’s Midnight Runners. Eles se converteriam nos Redskins.
1982: O Oi! havia desaparecido entre o cú de Garry Bushell (onde logo chegaria seu cérebro). O rápido ska multirracial e anticonservador da Two Tone tinha vida, excêntricos punks como os Three Johns e The Membranes, e algumas bandas vermelhas punks como os Newtown Neurotics ainda tocavam. Mas estava passando de moda ser uma banda rebelde de rock, especialmente uma banda skinhead rebelde de rock. Mas, todavia os Redskins se organizaram para estimular um rumor. A revista NME publicava referências da banda. Sounds publicou a manchete "Quem são os Redskins?". Ambas revistas publicaram cartas de garotos que diziam ter visto os Redskins. A evidência real era muito pouca.
O selo de York CNT lançou o single "Peasant Army". Uma aparição na marcha pelo Direito ao Trabalho em Woolwich, vestidos com capuzes, provocou um comentário na Sounds ("Quem pensam que são? O I.R.A?"). Quem são os Redskins?
Logo se soube que Chris Dean, o vocalista da banda, esteve trabalhando na NME por algum tempo sob o pseudônimo "X Moore" e havia inserido referências da banda, alimentando o rumor. Descobertos, os Redskins emergiram em plena luz do dia.
Há um programa de John Peel onde o som punky dos Redskins é complementado com uma seção de metais pela primeira vez. Um singelo "Lean On Me" surpreende gratamente a muitos com letras claras que podem ser lidas como uma canção de amor e como um chamado à solidariedade da classe operária. Tocaram em festivais com The Clash e os Dead Kennedys e começaram a dar entrevistas.
Os Redskins eram membros ativos do Socialist Workers Party(Partido Socialista dos Trabalhadores), partido socialista revolucionário trotskysta, e no princípio o grupo foi visto como um meio de promover a linha política do partido.
Seu primeiro baterista se chamava Paul Hookham e logo foi substituído por Nick King, ex- baterista dos Woodentops (grupo de rock com influências do pop dos anos 60).
Este último, sublinha George Marshall no "Spirit of 69", sofreu uma transformação radical de visual a fim de adaptar-se à imagem skin do grupo. Chris e Martin eram skinheads desde muito tempo.
A banda tinha alguns amigos na imprensa musical mas a resposta geral foi de hostilidade e cinismo. A imprensa musical estava nas mãos de jornalistas de coquetel que preferiam o pop pós-moderno apolítico e limpo.
Mas, entretanto, os Redskins não estavam buscando público. Os skins anti-racistas e de esquerda, que se sentiam inspirados pela política do punk e que queriam um rock de protesto, mas que haviam sido deixados de lado pela postura truculenta primitiva e moralista de bandas anarquistas que seguiram a partir de Crass, encontraram um lugar com os Redskins, dando origem a um novo movimento.

Marshall descreve sua música como uma mescla do som Motown e Stax e de rockabilly (!).
Entretanto, reconhece que trouxeram nessa época um segundo ar à música skinhead que estava estancando-se numa espécie de “oi rock'n'roll heavy”, sopa quase inaudível da qual escapavam uns latidos nazis do pior gosto. E isto explica, segundo ele, a presença de verdadeiros skinheads nos seus shows, que de outra maneira estaria lotado só de estudantes e de rockabillies.
Apesar da crescente confiança do governo conservador e da pouca popularidade do “pop esquerdista”, os Redskins nunca estiveram sem aliados. Em 1984 compartilharam palco com Billy Bragg e Bronski Beat. Também assinaram com London records, apesar da consternação de alguns jornalistas. Para 1984 a política revolucionária dos Redskins parecia ser uma ressaca absurda dos anos 70. “Onde estava toda essa raiva e a luta da classe operária de que tanto falavam? Ah?”.
E então os mineiros foram à greve.
Precisamente quando a maioria das bandas estavam trancadas nos estúdios trabalhando seu primeiro LP, os Redskins estavam viajando por todo o país tocando em festivais em benefício dos mineiros. Chris Dean publicou um artigo extenso e brilhante na NME. De repente todos queriam falar sobre política.
De alguna maneira encontraram tempo para lançar seu single "Keep On Keeping On" (acerca da greve, naturalmente). Os Redskins tornaram-se “moda”, provavelmente pela primeira e última vez. Mas já começava a aparecer a tensão.
Os Redskins eram autênticos revolucionários, mas eram também parte do negócio discográfico. As contradições eram óbvias, e logo se tornariam avassaladoras.
Os Redskins fizeram festivais, trocaram baterista, fizeram um álbum, "Neither Washington Nor Moscow", com partes sampleadas do líder do SWP, Tony Cliff, e foram golpeados pelos nazis no tristemente célebre show do "Jobs for a Change Festival", onde além dos Redskins estavam presentes Billy Bragg, os Smiths e Aswad.
Nesse dia, na metade de "Lean On Me", um bonehead facho arremeçou uma garrafa na banda e foi o sinal para que uns trinta boneheads simpatizantes do National Front subissem no palco e agredissem a banda.
O público espantado, que cinco minutos antes se agitava com camisetas antiapartheid viu-se sem ação, enquanto um punhado de skins antinazis e de fãs dos Redskins correram em seu auxílio. Seguiu-se uma perseguição nas ruas próximas, onde os transeuntes alucinados puderam ver, sem entender porque, skins golpeavam outros “skins”.
O incidente terminou essa noite com o ataque em Islington a um bar de extrema direita, organizado em represália por militantes de esquerda.
É a partir de então (junho de 1984) que os shows dos Redskins são vigiados permanentemente por skins antinazis encarregados de revistar as entradas. Cremos que estes tipos não só eram "antinazis", como parece fazer crer George Marshall, já que dedicavam muito tempo a sua banda favorita.
Sabemos, ademais, que o grupo sempre se preocupou em fazer shows a baixo preço. Tocaram grátis ou em benefício de numerosas causas sociais (antiapartheid, greves de mineiros, etc.) e ante o rechaço da Decca de lançar "Kick Over The Statues" em benefício dos mineiros, não vacilaram em lançar por outra gravadora. Em poucas palavras, alternativos no melhor sentido do termo.
Do lado musical, é a mescla ideal: guitarra incisiva, baixo alegre e bateria insistente. Uma voz cálida e apaixonada, seção de metais completa, percussões, um pouco de órgão dos anos 60, ruídos, ambientes de manifestação política.
Há que sublinhar também a grande continuidade na linha gráfica de suas capas de discos e de seus logos, inspirada principalmente no construtivismo russo (exceto o singelo "Power Is Yours" que é diferente).

Sem esquecer o jogo de palavras insuperável em inglês que constitui a palavra redskins e que está na origem de muitos detalhes no estilo dos reds (colares de índios, fivelas de cinturão, anéis, camisetas com o índio, tatuagens, etc.). Impecável!
Os Redskins, em sua curta carreira, declararam muitas vezes que os meios não julgaram com suficiente objetividade sua música. Porque eles também eram músicos e sua mensagem não poderia dar-se a conhecer se seu ritmo não convidasse à dança, à febre.
Por isso sua música era de grande qualidade e chegou a uma audiência tão grande (na Inglaterra). Demasiado grande talvez, porque sua popularidade foi uma das causas de seu próprio fim, com a caça fonográfica exercendo uma pressão constante para fazer-lhes produzirem muitas coisas que não queriam.
Sua dissolução seria anunciada unicamente no jornal oficial do SWP. Um comunicado breve que tem mais de comunicado político que musical. O baixista Martin Hewes agora é guitarrista de um grupo de punk rock feminino. Billy Bragg disse que Chris foi crítico de cinema ou literário em Paris. Seu primeiro baterista, Paul Hookham toca atualmente nos grupos Cyderco e Le Rue. O outro baterista parece que morreu num estranho acidente de jardinagem.
Assim termina a história de um grupo que soube inventar um estilo novo, refrescante, profundamente arraigado na música negra norte-americana dos anos 60, mas sem nenhuma nostalgia revivalista, levando uma mensagem moderna em relação com a atualidade, a realidade de sua condição de proletários comprometidos no progresso da evolução humana. O que nenhum grupo mod seria capaz de fazer com as mesmas influências.
Foram skins modernos inscritos ao mesmo tempo na tradição e orientados em direção ao que estaria por vir, que deram origem a um movimento novo que foi um segundo fôlego para a juventude skinhead.


* Por KO!KO! e Swells, extraído do Zine El Perro Rojo #9, traduzido a partir do castelhano para a página de R.A.S.H Fortaleza.

Entrevista a banda The Redskins!

Esta é uma entrevista um tanto velha aos Redskins realizada por Eva Kowalski em Londres em torno de 1986.
Talvez nunca tenha escrito tanto sobre uma banda com tão pouco cabelo. Os Redskins foram um grupo com quatro componentes. Tomaram como inspiração desde o punk até o Tamla Motown. Fora do plano musical, os Redskins foram jovens militantes. ... Sua ambição foi de cantar como os Supremes e andar como os Clash. O que os Redskins deram além das outras bandas modernas foi seu compromisso forte com o socialismo revolucionário. Eles não escreveram canções de amor. Questionado sobre se ele alguma vez havia escrito alguma, Chris Dean respondeu : "Não! Eu não quero aborrecer as pessoas com detalhes de minhas relações pessoais" . Para eles que definem ambas responsabilidades de música e preocupação política que foi exposto ao público :" O que verdadeiramente guia os Redskins é a situação política. ..Nós tratamos e

cantamos acerca de qualquer coisa que estivesse na atualidade política, debate e no momento em que existia confrontação entre o governo e a classe operária. Nós não somos uma banda pequena que vive em nosso pequeno mundo. "Você pode criticar aos Redskins em muitos aspectos, mas seu feito histórico é que eles deram um som brilhante a uma luta particular política-A greve dos mineiros de 1984- 1985. Esta greve foi a maior greve e mais longa na história Britânica até o momento. Afetou a centenas de milhares de mineiros, suas famílias e apoiadores. Ainda que a greve fosse uma greve defensiva, uma greve contra o fechamento, demissões e perdas, teve um impacto enorme e muitos músicos como os Redskins se uniram pela causa dos mineiros. e inclusive bandas como Wham! ,Bronski Beat, Style Council e mister Bruce Springsteen doaram dinheiro e tocaram em shows em beneficio dos mineiros, e assim pode durar contra os ataques do governo de direita de

Margaret Thatcher. A greve denunciou a intransigência da TUC união de empresários, o fracasso para parar o retorno do movimento operário, o comando de greve em completa sintonia. As coisas mudaram desde então. Umas poucas e curtas greves e duas manifestações enormes de centenas de milhares de mineiros e outros trabalhadores em Londres em 1992 convenceu o governo Britânico a desistir dos planos de fechar as minas que continuam funcionando. O retorno da classe trabalhadora no outono de 1992 deixou o partido conservador numa situação um tanto complicado.

>>>>Quando surgiram os Redskins?
Chris: Em 1981. Primeiramente o grupo era formado por eu, Martin e Nick, que era o outro baterista que tínhamos antes que entrasse Paul. Nos chamávamos No-Swastikas.

>>>>Com um nome como Redskins, sois um grupo fundamentado nos skinheads?
Chris: Realmente não. Se perguntas pela influência, é muito variada, não há tantos skins de cabo a rabo.

Na época do 2-Tone, no final dos anos 70, havia bastante skinheads, mas agora são a minoria. Juntam-se com alguns punks, soul boys, pessoas que curtem a música para dançar. É uma influência muito variada também na idade. A maior popularidade que consegues é com os jovens, e mais com as garotas que com os garotos fãs dos Clash.

>>>>Quanto aos skinheads fachos, podéis mudar suas idéias?
Chris: O conceito errôneo foi sempre que todos os skins eram fachos, o que não é assim. Si te fixas na influência dos Specials, dos grupos 2-Tone, dos Madness, haviam muitos skinheads, muitos skins antiracistas, vermelhos e socialistas. O nome Redskins veio de um grupo de skins de Sheffield que estavam no Partido Comunista. A maioria da juventude esquerdista está em organizações trotskystas ou no Partido Laborista, porque nas organizações stalinistas havia muita gente vilha. Entretanto era uma coisa

fora do normal, muito estranha, com que fizesse todos estes skins no Partido Comunista. Alguns estavam no Partido Laborista, outros no SWP. Ali havia sempre skins vermelhos. A maioria da juventude da clase operária não tem idéias racistas arraigadas, mais também existem idéias de direita. O que quero dizer é que se conseguem alimentar idéias fachas tempo todo, obviamente este se reflete n a mentalidade dos jovens. Com o passar dos anos encontramos com skinheads e, fizemos efeito. Há muito poucos, é mais pertinente levar em conta tanto os garotos que vão ao soul oo rock´n´roll ou o que seja, e que nós possamos afetar-lhes politicamente, porque os skinheads são um número muito reduzido. Dentre eles, sim, conheço alguns que são de esquerda. Realmente não temos nenhuma influência sobre o pessoal daFrente Nacional ou sobre skinheads fascistas. Obviamente, nossas idéias são totalmente opostas.

Paul: Uma coisa importante é que variamos sua identidade estética, agudizamos sua forte simbologia de que homens jovens de cabeças raspadas com grandes botas são violentos. Sendo um grupo skinhead, sendo esquerdista fica desacreditado o que difundem, a força de seu aspecto. Por isso, ainda que não tenhamos nenhum skinhead da FN(Frente Nacional) que mudou sua forma de pensar, ao menos fizemos uma coisa, diminuir a potência de sua estética. A FN tem tentando recrutar jovens despolitizados. Posso contar algo histórico: li um livro chamado "The Classic Slum" (O clásico bairro baixo), de Robert Roberts, que era distribuído com as memórias de um homem que vivia num bairro destes, em Warrington, ao norte da Inglaterra, entre 1895 e 1910. Era um tempo muito repressivo para os trabalhadores. Tinhas um trabalho durante dois anos e depois estavas parado outros dois. Robert Roberts neste livro descreve grupos de jovens parados, reunidos nas esquinas das ruas calçados com botas de operário, calças de trabalhador, cabelo raspado... homens e mulheres assim, e isto era em 1905!. Haviam skinheads em 1905. Realmente esta era uma estética de frustração, de enfado, de juventude desencantada, e atualmente nunca será um uniforme da juventude facista. Os skinheads são um fenômeno, mas não novo.

>>>>Mas destruíram vossos shows?
Chris: Sim, fizeram no passado. Haviam muitas ameaças. Sempre haviam rumores de "isto vai passar, o que que vai passar?", e só ocurreu 2 ou 3 vezes. Quando tocamos num festival grátis ao ar livre com "The smiths", organizado peol Great London Council, a FN destruiu o show, e houve também outro par de shows em que haviam um grupo de skins no público que gritavam “sieg heil” e outras besteiras. Nos enfrentamos com eles, senão as pessoas o fariam.
Martin: Quando tocamos na Holanda a última vez, o fizemos em Utrecht com Billy Bragg, e habiam alguns skinheads fascistas alemães e houve bronca. Mas isto foi algo que estava dentro do possível, mas atualmente a possibilidade de ter bronca é maior.
Chris: Mas o ano passado quando fomos atacados no Great London Council a situação era adversa. Tudo o que tinham que fazer era atacar 3 ou 4 shows seguidos e destruí-los. Inclusive se eles não ganham, os promotores não querem que toquemos nunca mais. Depois deste único show os promotores começaram a dizer "os Redskins são problemáticos, são muito violentos, demasiados problemas". Queriam terminar conosco. Poderiam querer-nos no ano passado mas não agora. Não creio que nos vissem como uma competição em nenhum aspecto. São tão malditamente débeis. Nos vêem como um grupo pop. Agora somos um grupo pop e isto tem limitações, isto é fantasticamente forte, ser as vezes revolucionário e músico, porque em muitos sentidos as duas coisas são simplesmente contrárias uma a outra. Algo que dissemos faz tempo, algo que falamos no "Socialist Worker", quando falávamos sobre fazer uma entrevista para a revista recentemente, é que as contradições se voltam cada vez mais e mais agudas.

>>>>Assim duvidais que a música possa mudar o mundo?
Chris: Muita gente tem grandes idáias sobre o punk. As pessoas tem a romântica idéia de que a música pode mudar o mundo, e toda classe de idéias irrisórias e ridículas, como que a música por si mesma é poderosa, mas isto não é assim. Isto só ocorre quando está ligada à luta política, como durante a greve dos mineiros, então é realmente quando a música começa a significar algo. Me refiro ao número de grupos, grupos políticos que tocaram no ano passado para a greve, eram muito menos que o número de grupos que cantavam canções políticas de alguma classe em 1976-1977, e isso ainda impacta em períodos concretos e em algumas atividades agora muito maiores. Porque no final dessa época tão punk, se venderam discos e se fez dinheiro, mas tudo isto ficou esquecido, sem estar ligado a nada. Olha a Grã Bretanha neste período, exceto entre os anos 1976 e 1978, e como pode-se ver, o nível de luta política era mínimo, o nível de luta com as empresas era mínimo. Tinha música que tocava no mais completo vazio.

>>>>Então como tentais combinar a política e a banda?
Chris: Se tocamos em Manchester, o pessoal do SWP cuida sempre de vender nossas publicações do lado de fora. Se atualmente tocamos num show, não temos tempo para estar fora vendendo-as. Então as pessoas não comprarão nossas publicações ou boletins, mas estarão falando sobre a atividade por muito tempo. Martin e eu, se estamos aqui na cidade e não no estúdio de gravação, onde estamos os dois últimos meses, não podemos estar relacionados com o partido. Então vendemos nas atividades em uma banca em Wilsdon as sextas pela manhã, aos sábados pela tarde, vamos as reuniões ou o que seja. Quando mais fizemos coisas foram em nossos shows durante a greve dos mineiros. Haviam comitês de grupos de apoio aos mineiros, Women Against Pit tinha um comitê, os laboristas tinham um comitê, o SWP também, haviam vendedores do Socialist Worker fora... A atmosfera inteira era correta e militava-se, não era algo ocasional. Em meio a toda esta atividade se podia ter gente vendendo publicações. Era tudo parte daquilo, todas as discussões sobre o tema, mineiros falando na cena. Há muito glamour no rock´n´roll. As pessoas davam mais atenção, porque que tínhamos muitos mineiros falando porque era muito mais importante o que eles diziam que todas nossas canções. É muito mais importante escutar alguém de uma mina que eu dizendo "amanhã todos vocês deverão estar aí, na linha de piquetes, deveis organizá-los assim". As pessoas diriam "quem você pensa que é caralho?", porque isto é um discurso, enquanto que se isto vem de um mineiro, de um trabalhador da mina que está em greve, alguém que tem que está ouvindo, que tem que estar na linha de piquetes no dia seguinte, é algo mais. O resumo de tudo isto, de dar dinheiro por solidariedade, não é que faz por uma razão moral ou porque a população está sofrendo, já que a população sofre todo o tempo. O propósito das arrecadações é que temos que estar de acordo com a população. Se sai por aí arrecadando tens que estar de acordo sobre porque eles te defenderiam. Então não é o dinheiro no bolso que é tão importante, é o movimento, a atividade em si, o que te empurra a meter a mão e tirar o dinheiro; e então é possível voltar na semana seguinte e dizer: olha, estamos enviando uma delegação pra defender uma linha de piquetes, podes ficar aqui ou podes vir e dar uma mão. Ali haviam muitos grupos que deram royalties, pessoas como Sade, que discretamente deu um disco de ouro ou alguns benefícios aos mineiros e ninguém nunca soube. Creio que deveriam publicar isto. Não se trata de um assunto de jactância, deve estar bastante claro. Defendemos aos mineiros e isto é o por quê.

>>>>Mas na cena não dizes nada acerca do SWP, por quê é um membro, por quê apóias isto?
Chris: Não especificamente. É uma questão de decisão. A pergunta é também: por quê não pões no final de teus discos "une-te ao SWP"?!. Uma situação que considero que seria correto fazer isto, é se estás no meio de uma greve geral e tens um disco saindo. Atualmente é diferente. Quando o SWP vem conosco e nos perguntam se podemos anunciar tal ou qual atividade, pois sim, nós anunciaríamos, se fariam concentrações, manifestações. Eles pensam, pensavam que poderíamos impulsionar mais o partido. Mas isto seria completamente fogo sobre a cabeça das pessoas se falássemos sobre a sociedade ou sobre o SWP a todo momento entre canções. Pegamos as coisas as vezes. Mas a idéia de fazer uma versão musical de memórias revolucionárias está bastante fora de época. Nada poderia ser pior, que toda a ideologia correta em grupo, deve ser muito aborrecedor e muito chato. Mas de todas as maneiras creio que deveria haver coisas para vender em todos nossos shows, porque ali há pessoas que podem estar interessada em nossas idéias. Também é verdade que há ocasiões nas quais a propaganda pode ser muito específica muito concreta, e está claro que nós não decidimos quando são esses momentos, nos quais a classe operária realmente luta. No momento, porque a classe operária não está realmente lutando, o Redskin é uma propaganda abstrata. É como dar um tiro no escuro. É difícil encontrar algo que se una com as experiências das pessoas. O importante é entender até que ponto estamos afetados pelo que ocorre no mundo e na classe operária inglesa e em suas lutas. Podemos dizer as coisas mais extremas na Tv, podemos fazer uma entrevista com uma publicação que venda 25.0000 exemplares. Podemos fazer as coisas mais extremas, mas isto realmente não nos fará ganhar um ponto a nosso favor, porque isto é algo simples, algo marxista que deves relatar as pessoas e onde suas idéias estão. As pessoas nos fazem saber o que somos. Todo mundo sabe que nó somos skins do SWP. Todos os jornalistas querem saber isto. quem são esses lunáticos marxistas sem cabelo?. Sempre lhe deixamos muito claro.

>>>>Se és tão dependente do movimento, que farás se vai ao refluxo?
Chris: Está em refluxo neste momento. Tens que reconciliar-te com o fato de que a propaganda que fazes é bastante abstrata e tens que pensar muito, muito mais fortemente sobre como unir a influência das coisas. Tens que pensar realmente claro se vai fazer uma entrevista para uma revista de público jovem. Se vais falar pra juventude tens que falar sobre coisas que lhes afetem, como por exemplo os trabalhos que tem. Para reduzir seriamente o número de desempregados a única coisa que fazem é empurrar-lhes para a chamada educação.
Paul: São mão de obra barata, trabalham numa espelunca por 20 libras na semana e não aprendem nada de nada.
Chris: Aprendendo a varrer a rua. Te dirão que aprenderás e que terás experiência nuna espelunca, experiência em negócios comerciais, e enquanto tu está varrendo as ruas, e com uma merda de salário. Temos que utilizar aqui e ali essas pequenas coisas que nos relatam as pessoas. Inevitavelmente então retrocedes muito mais na tua música. Durante a batalha dos mineiros não paramos pra pensar sobre nossas canções. Por alguma puta razão haviam coisas muito mais importantes nas quais empregamos o tempo que em estruturar uma música. Todo o tempo estávamos ocupados na política e em nível organizativo. Agora vês que temos mais tempo para dedicar-nos a nossa música e melodias.
Paul: Estou de acordo. Isto significa voltar ao trabalho para assegurar que a população comprará nossos discos quando o próximo conflito chegar.
Chris: Tivemos uma grande crise depois das greves mineiras, e a influência foi baixando. Milhares durante as greves e 500-600 agora. Durante a greve, por um ano, nunca pensei "Que porra estamos fazendo?". Era óbvio, agora é distinto. Isto é o que passa quando a cultura fica dividida por esta luta, escritores, pintores, como o escritor alemão Bertold Brech, que foi expulso por Hitler, todos tiveram que se enfrentar com este tipo de problemas. Os Clash também passaram o mesmo. The Clash pensavam sinceramente que haviam feito demasiado por seus próprios meios. Estavam completamente fora da realidade sobre o que estava acontecendo em 77. Se perguntares as pessoas o que acontecia em 77, ninguém poderá recordar nenhuma outra coisa fodida salvo o PUNK, é a única que posso recordar, isto é tudo o que penso. Enquanto que de 1979 recordo a grande greve no setor metalúrgico e a quantidade de pequenas greves das fábricas da indústria motora. Em 1984 foi a greve mineira, as Docas, os trens...Em 1977 nenhuma coisa fodida coisa destas, estava acontecendo, mas a música que faziam os Clash nos fazia crer que estávamos na metade de uma sangrenta revolução, era muito grande, brilhante, esteve bem e soava a revolução.... mas não significou nada. No final do punk só ficaram alguns poucos fiéis. Muita gente que tentou, como Mark Perry, os Buzzcocks, the Gang of four..Não era só o fato de tentar mas era uma teimosia. Não havia um transfundo de greve, ou algo semelhante, senão só muita gente entusiasmada. Muitos amigos meus pesaram que era o fim da indústria musical.

>>>>Quereis ser estrelas do rock?, é uma pergunta um tanto vulgar, mas...
Chris: Não, não é. Pode soar como uma pergunta simples, mas não é. Poderias dizer não, no sentido que tenho eu dessa idéia.
Paul: Creio que todo mundo quer ser uma estrela, sem pensar em que. Eles querem ser reconhecidos e é bastante claro que os Redskins também querem.
Chris: Queremos ser populares. Não para viajar em limusines, nem para que nos reconheçam pela rua, mas sim queremos ser populares. É como a arte que deveria ser popular mas deveriam tratar das pessoas agressivas, difíceis e conscientes, desejando mudar suas vidas, desejando mudar a história. Tu tens que ter um conceito agressivo da palavra "popular".Muito da música pop chama a mais passiva popularidade, isto é, ao senso comum. Algo que é facilmente aceitável, música que não é particularmente boa mas que é razoável. Não é apelação, simplesmente chama. Não é o importante é somente atraente, é uma matéria de quem e como. Como chamas a atenção e que efeito tem. Se tocas num estádio diante de milhões de pessoas, e estas somente vão ali por que apreciam o ruído, nós seríamos um puto fracasso. Se nós tocamos para 2.000 pessoas e logo alguns se acercam para discutir política, isto é muito melhor. Se queres, podes fazer um truque para tornar-se mais popular, mas a dura realidade é que todas tuas idéias podem seguir ali mas a maioria das pessoas que te seguem estão sendo enganadas. Eu não penso que queiramos ser estrelas mas não queremos passar despercebidos. Nós somos agressivos por isso, devemos ser.
Paul: Continue fazendo o que você faz e atrairá mais e mais gente, isto é um grande apoio, e significa que somos algo para eles.
Chris: Durante os shows várias pessoas vem até nós dizer como a influenciamos. Isto é o que te faz continuar. Mas isto não é suficiente, há muitas limitações. Em certo nível podes influir nas pessoas, fazendo-lhes ver tal e tal coisa.
Paul: Mas quando tu diz as pessoas que apóiem certos movimentos revolucionários, é algo diferente.
Chris: Isto é um grande salto de consciência. Há muito trabalho difícil, necessário para conseguir isto: Vender o jornal semanalmente, discutindo, organizando a luta. Isto é uma locura pra maioria. É reunir gente não consciente. Em fim, é mais fácil ir a um show dos Redskins que comprar o jornal "The Socialist Worker".

*Entrevista concedida ao zine Blood Red em 1986. Traduzido a partir do castellano.

Origem dos Redskins*.

O movimento redskin nasceu na França, por volta de 1984/1986. Havia, por um lado, uma situação econômica e política extremamente dura, caracterizada por um desemprego massivo, o princípio de políticas neoliberais e a instalação na França de um enorme movimento de extrema direita representado pela Frente Nacional (FN); por outro lado, o aparecimento de um movimento cultural: o alternativo (mistura de punk-rock em francês, de contestação política e de cruzamento de culturas).

Os primeiros redskins franceses não são de forma alguma parte do movimento Skinhead. Nessa época, quase todos os Skinheads da França são fascistas ou apolíticos. Eles “quebravam“ festivais punks, atacavam vagabundos na rua, implicavam com imigrantes, roubavam putos no metrô, apareciam nas primeiras páginas dos jornais e nos telejornais, desfilavam em manifestações, etc. Por isso, ao redor dos "Bérurier Noir" cria-se uma espécie de serviço de segurança que se encarrega de proteger os festivais e de impedir os “fachos” de entrar. É o nascimento do primeiro “bando” importante de Redskins; os Red Warriors, e também dos primeiros "caçadores" de fachos parisienses.
Os Red Warriors (entre outros) encarregam-se de fazer mudar o medo de campo. Três anos mais tarde, não existe mais ninguém (pelo menos em Paris) que apareça com a bandeira francesa no "bomber". Numerosos bandos são formados como os "Lenine Killers", a "Red Action Skinhead" e, em Marselha, os "Massilia Red Army". Eles dão azo a que apareça um fenômeno bem menos interessante, o de "caçadores" de Skins. Se alguns bandos, como os "Ducky Boys", tinham uma ética e regras de comportamento, outros não eram mais que provocadores de conflitos que se tornariam tão perigosos para quem atravessasse o seu caminho quanto tinham sido os fachos alguns anos antes.
Já a cultura deste movimento é variada: ao nível musical, Oi!, punk-alternativo, reggae, mas também psychobilly ou mesmo hip-hop. Pode-se dizer que os Redskins são a "vanguarda" mais decidida no interior do "Alternativo" contra o fascismo e o racismo, tornando a música secundária. O único grupo a deter a unanimidade é, evidentemente, "The Redskins", o grupo de power-soul trotskista (Socialist Workers Party) britânico. Políticamente também não existe unidade: alguns são trotskistas de tendência O.C.I. ou L.C.R., outros P.C.F., e mais numerosos os de sensibilidade autônoma ou libertária. A SCALP (Section Carrement Anti Le Pen), grupo libertário não-dogmático e ultra-ativista, contribuirá com o essencial para a militância dos Redskins da época.

"The Redskins"

Finalmente, ao nível do visual, os redskins cultivam uma mistura de elementos retirados dos Skins, Psychos, dos primeiros B-Boys, tudo acrescido de símbolos índios e do folclore proletário. É a partida de um movimento cultural aberto, que não procura diferenciar-se do resto do "underground" da época, mas que exprime um antifascismo visceral e enérgico, na rua e nos concertos.
Com o recuo da presença de fachos na rua, a razão de ser dos Redskins tornou-se quase caduca; o fascismo institucionaliza-se, tenta mostrar-se mais apresentável e em torno dos partidos. Em 1989 é também o fim de não poucas bandas da cena alternativa como "Nuclear Device", "Les Brigades", assim como "Kortatu" e "Bérurier Noir". Alguns Redskins abandonam o movimento e outros começam a (re)descobrir as verdadeiras raízes do movimento Skinhead: o reggae, o rocksteady, o ska, e a mistura cultural inglesa dos anos 60. É o regresso dos "Original Skins". Começa-se também a ouvir falar da S.H.A.R.P. Os Redskins mais ligados a essa cultura tornam-se então Red Skinheads, isto é, Skinheads autênticos (música, visual,...) mas sempre ligados aos valores da esquerda e da extrema-esquerda.
A partir de final dos anos 80, o movimento Redskin nos Estados Unidos, no Estado Espanhol, na Itália, na Alemanha, no México, na Colômbia, e em Québec, desenvolve-se. Nasce daí a R.A.S.H. (Red & Anarchist Skinheads). Ela dá um novo fôlego á cultura Redskin, populariza-a, estrutura-a de uma certa maneira, sem, no entanto, a estereotipar. As diferenças continuam a existir entre os diferentes movimentos nacionais, devido as suas respectivas histórias.

*Extraído e traduzido a partir do Zine Resisténcia Skinhead- via pagina R.A.S.H Alcobendas.

The Redskins- Algumas letras.

Letras The Redskins


Unionise
The first thing that needs to be said
Is hatred's all very well
But hatred must be organised
If dreams are to be realised
And anger is no substitute
For diciplined rebellion
To unionise is to organise

Unionise!
Fight back!
Unionise!
Stop! Strike!
Unionise!

Well all this talk of fighting back
Is talk to be ignored
If we don't know where our power lies
And utilize the tools we've got
The bosses have the money
And the workers have no rights
But our muscle is our labour
And we flex it when we go on strike

Unionise!
Fight back!
Unionise!
Stop! Strike!
Unionise!

We can talk of riots and petrol bombs
And revolutions all day long
But if we fail to organise
We'll waste our lives on protest songs
A life worth living is waiting to be won, sure
The day the bosses fall
The day the dream has come
But stop romanticising
Hollow talk is just a curse
The revolution won't appear
We all have to build for it first

Unionise!
Fight back!
Unionise!
Stop! Strike!
Unionise!



Lev Bronstein
Russia is a man who turned into stone his is a sad history
There was another man who fought along and left a legacy
The lesson never learned the passion killed by state bureaucracy
The other man killed too & so fulfilled his tragic prophesy, tragic prophesy

Are you going she said to me, Moscow is like Leeds
Are you going she said to me, Moscow is like Leeds
Are you going she said to me
Are you going

Lev Bronstein
Lev Bronstein
Lev Bronstein

Lev Bronstein
Lev Bronstein
Lev Bronstein

????????
????????
????????
????????

Are you going she said to me, Moscow is like Leeds
Are you going she said to me, Moscow is like Leeds
Are you going she said to me
Are you going

Lev Bronstein
Lev Bronstein
Lev Bronstein

Lev Bronstein
Lev Bronstein
Lev Bronstein

But in Poland passion burned the dream has returned a worker said to me
Moscow will burn again and so will Leeds with Solidarity
With Solidartity his legacy, legacy

Are you going she said to me, Moscow is like Leeds
Are you going she said to me, Moscow is like Leeds
Are you going she said to me
Are you going

Lev Bronstein
Lev Bronstein
Lev Bronstein

Lev Bronstein
Lev Bronstein
Lev Bronstein

Are you going
Are you going
Are you going
Are you going



Lean On Me
Memories of years gone by
Dashed hopes & a dream that died
Spirit pulled us through
Times were hard but we fought as one
Now those days of hope are gone
You're resigned to lose

Success come to the strong
The struggle's hard & the struggle's long
Lean on me & I will pull you through

Sad signs of a sad dispair
A wildcat here & a wildcat there
Weak in isolation, short lived inspiration
It's an old tale told ten thousand times
But while we're split we waste our lives
Together we've a wold to win!

Success come to the strong
The struggle's hard & the struggle's long
Lean on me & I will pull you through

We may argue right & wrong
But together we are strong
A flame that can't be dimmed
It's not in order to survive
You've got to lean on me
You can fight alone without solidarity

Success come to the strong
The struggle's hard & the struggle's long
Lean on me & I will pull you through...



Reds Strike The Blues
Well a worker goes to work each day
He goes to work to earn his pay, earn his pay
The boss don't like the union
cos the union makes the workers strong

Reds strike the blues

Well a worker goes to work each day
He goes to work to earn his pay, earn his pay
The boss don't like the union
cos the union makes the workers strong

Reds strike the blues

The worker went on strike today
He went on strike for better pay a living wage
The workers strike and the bosses don't
No workforce no profit
Let's keep them bosses on the run

Reds strike the blues

If you really want to be free
Take a tip from solidarity

Reds strike the blues



Kick Over The Statues
At the end of an era
The First thing to go
Are the heads of our leaders
Kicked down in the road...

On the day of reckoning
When we've struck & won
Watch close as their heroes
Go crashing down on the pavement...

The workers in poland rose
& in Hungary too
Somoza & Jose fell
...Azania coming soon!

Kick over the statues
And the tyrants die
Wave bye bye with a hammer
To their heroes

The first act of freedom
All over the world
Is to topple the statues
Kick the bosses over



Keep On Keepin' On
Can't remember such a bitter time
The Boss says jump! The workers fall in line
I'm not down, but I'm feeling low
The whip us into line
With the threat of the dole

Time & time when the workers rise
The fightback's stabbed by a neat backstab
& the party papers lies
Leaders lead us into blind retreat
One by one we take the money
Ten by ten we face defeat

The bosses make us pay for their crisis
They blame us for daring to challenge things
Full-timers backslide to the cries of sell out!
We've got to get the reins in our hands ourselves
Stand firm! Hold tight!

The bosses, they hit
While we're taking it
In turns to spit
Divide & lose

It's better to die on our feet
Than to live on our knees!

Keep on keepin' on!
Like a red machine

Maybe 5 or even 6, 7, 8, 9, 10 months
And if it takes a year we've got to last a year



It Can Be Done!
Russia sparked the fires in 1917
First workers revolution
The first revolution history
Working people forced the bosses' backs against the wall
First steps taken for a better life for all

It's a shame
It's a crying shame
When our past is buried
And our victories go un-named
It's a crying shame
When our history books
Talk of kings & men of fame

And in another country workers rose again
1919, 1919 in Berlin
But they didn't learn the lessons
From the Russians that they should
Revolution, revolution was drowned in blood

It's a crying shame
But the lessons plain
It's a crying shame
But the lessons plain

All things are possible

Hunger of the 30's
Hunger of the 30's back again
And the rich still rich
And the poor still the same as they ever were
And it seems to me
We're still not learning from our history

And it's a crying shame
Those who hold the future hold themselves in chains
It's a crying shame
Those who bear the pain hold themselves to blame
It's a crying, it's a crying shame
It's a crying shame

Look at Petrograd!
Look at Barcelona
Fight against the land
Fight against the land & the factory owners
Same fight today against another ruling class
Learn a lesson from your past

It's a crying shame
But the lessons plain
It's a crying shame
But the lessons plain
It can happen again
It's a crying, crying, crying shame
But the lessons plain
It can be done again!



Hold On
Talk of a strike just one day old
And already a threatened workforce is been told
A cut in their wages is what they need
The poor man pays for the rich man's greed

The shop says yes
The boss says no
To hell with the ballot, boys
Go, go, go!



Bring It Down!
You've never had it so good
The favourite phrase of those who've always had it better
Burn it up!
Realise the altogether

Bring it down
Burn together
The altogether's an insane thing, insane thing
Bring it down
All together
The altogether's an insane thing, insane thing

You've never had it so good
The favourite phrase of those who've always had it better
You never had so much is the cry
Of those who've always had much more, much more than you & I

Burn brother burn
Fight together
This altogether's an insane thing, insane thing
Bring it down
All together
The altogether's an insane thing, insane thing

Burn
Insane thing, insane thing
Insane thing, insane thing

Burn brother burn
Let's burn Together
Burn brother burn
Burn, burn, burn
This insane thing, insane thing
Burn brother burn
Burn sister burn

Spurn the lie
They use to justify
This insanity!
The inhumanity!
Of this insane thing

Burn brother burn
Burn, burn, burn
Some's got it easy
Bring it down
The altogether
Keeps getting better for the few
Who've got it good to start with ...



The Power Is Yours
Let's get this situation sorted out!
We're so polite
It makes me want to shout
We waive the everything we want
An' take the nothing we already have
An' I'm waiting on hold
For something to blow ...

All is in reach & as clear as day
Yet the smallest move
Remains a mile away
So we while away
Going nowhere bit by bit
An' it just seems
We can't get round to gettin' round to it
Sometimes it makes me ache ...

Someone once wrote
All the world's a stage
But the truth comes written somewhat different on my page
I know this script's fixed from the start
Cos ordinary men & women only get
Supporting parts
An' I'm waiting on hold
For something to explode

We spend our lives
Waitin' for
Someone other than ourselves
To make a move

We always do
We do
We always blow it
I know
You know
I know you know it but ...

I keep on coming back because
The power is yours



Go Get Organized!
I got a job just shifting beer
Straight out of school, straight into here
I got a job pays none too well
But every Friday I can tell them go to hell

This place is noisy and full of dust & shit
This jobs dead lousy but I can't get out of it
Come every Friday I see an old man
Sat back from the bar in the smoke room
He's been through battles
He's seen some hard ones
I fought and lost he said
But let me tell you this son

Your only weapon
Is those you work with
Your strength is their strength
Can't beat the rank and file

Go get organized!

I joined the union & started signing up
I found a man ten years a member
And all this time he's been holin' up, hiding quiet
We pressed the govnor for improved conditions
And found ourselves on strike for union recognition

I seen the old man in the smoke room
He's been through battles
He's seen some hard ones
I fought and lost he said
But let me tell you this son

Your only weapon
Is those you work with
Your strength is their strength
Can't beat the rank and file

Go get organized!

Come every Friday I see an old man
Sat back from the bar in the smoke room
He's been through battles
He's seen some hard ones
I fought and lost he said
But let me tell you this son

Your only weapon
Is those you work with
Your strength is their strength
Can't beat the rank and file

Go get organized!

SKA: ORIGEM E DIFUSÃO

O ska é um ritmo originário dos bairros pobres de Kingston, capital da Jamaica, é anterior ao reggae e mais acelerado. Antes do ska outros ritmos eram tocados e ouvidos nos subúrbios de Kingston, como o mento e o calipso, o ska vai então surgir da mistura destes ritmos com a influência do jazz, boogie woggie e outros, vindos dos EUA.
O público ouvinte de ska eram as turmas de rude boys, compostas por jovens negros marginalizados e que adoravam filmes de gangsters, talvez por haver alguma identificação entre os rudies e os personagens dos filmes, na questão da marginalidade. A estética dos gangsters inspirou também o visual dos rude boys, e estes saíam as ruas e apresentações de grupos e cantores(as) de ska usando óculos escuros, chapéus de feltro, sapatos, ternos geralmente pretos e calças tipo “pegando siri”. Mesmo sendo o ska um ritmo dos guetos, tocado e curtido por gente do gueto, no aspecto das letras não se encontra no ska dos anos 60 nenhum vestígio de politização, apenas sinais de insatisfação social em letras abordando temas como a marginalidade, a discriminação e a vida dura da classe trabalhadora, mas a tônica geral das letras era mesmo dada pela diversão, festas, situações cômicas, e até filmes.
Nos anos 60, grandes levas de imigrantes das ex-colonias britânicas nas Antilhas se dirigiram à velha metrópole para tentar a sorte, e assim como nos seus países de origem esses imigrantes iam se habitar os bairros mais pobres das grandes cidades inglesas e ocupar os empregos mais mal remunerados, realizando as tarefas mais penosas. Mas para os momentos de descontração ou para falar de suas dificuldades, os imigrantes antilhanos também levaram seus ritmos, entre eles o ska. Nesse período, nas ilhas britânicas, o ska era tocado em clubes clandestinos, freqüentados é claro, por rude boys. A convivência entre jovens negros das turmas de rude boys com jovens brancos das turmas de mods e depois de skins ajudou a disseminar o ska para além da comunidade antilhana, mas ainda sem sair dos subúrbios.Nos anos 60 o ska não chegou a ser um ritmo para as massas, ficou restrito ao “underground”, foram poucos os músicos e cantores(as) ligados ao ska a fazerem algum sucesso, como Desmond Decker com a musica “Israelites” em 1969. Mas mesmo no “underground” havia um público juvenil que estimulou o surgimento de diversos selos especializados em ska, a maioria no entanto, efêmeros. Outra coisa curiosa, os cantores(as) de ska nas suas gravações na Inglaterra eram, na maioria das vezes, acompanhados por músicos brancos, dando um caráter mestiço ao ska.
Com a chegada da década de 70, surge o reggae, derivado de ska, fazendo certo sucesso comercial, vem também a decadência das gangues juvenis, isso, e mais um possível desgaste criativo teriam levado o ska a um período no qual praticamente desapareceu, só sendo retomado com o nascimento dos punx, através de bandas como The Clash e Stiff Little Fingers, só para citar as mais famosas, que mesclavam elementos do ska em suas musicas. Mas é no final dos anos 70 que o ska é retomado de fato por um movimento musical chamado Two Tone. Eis alguns dos principais artistas de ska dos anos 60: The Skatalites, The Upseters, Desmond Dekker, The Maytals, Symarip, Lee Perry, Bob & Márcia, Judge Dread, Pat Kelley, Prince Buster, Derrick Morgan, Laurel Aitken e até mesmo Jimmy Cliff começou cantando ska.

Texto tirado do PunkZine Cresça & Desobedeça nº 4 pág. 26 ano de 1998.

FAQ (Frequently Asked Questions / Perguntas Mais Freqüentes) sobre o movimento skinhead.

Por RASH United / Seção São Paulo




1. O que é o movimento skinhead?

Mais do que um movimento político, o skinhead é um movimento cultural fortemente baseado no estilo de vida e em valores tradicionais da classe trabalhadora, como a solidariedade classista, o apego ao futebol e à atmosfera dos bares, botecos e pubs. A essa cultura operária, misturam-se elementos da cultura negra, como o gosto musical pelo soul, pelo ska e pelo reggae. Sendo um movimento basicamente, mas não exclusivamente, juvenil, muitos skinhead também apreciam o punk rock, principalmente a chamada Oi! music (versão do punk rock mais cadenciada, mais “rueira”, com coros fortes e melodias simples, no estilo “unidos, venceremos”, como se fossem versões em punk rock de hinos de torcida de futebol). A maneira de se vestir skinhead também retoma o estilo clássico operário: botinas, suspensórios, boinas, jeans e cabelo curto.


2. O movimento skinhead é racista?

Não. O movimento skinhead é multi-racial (melhor seria dizer multi-étnico, já que nem a Biologia, nem a Antropologia aceitam mais a divisão da humanidade em raças, mas apenas em etnias). Hoje, existem skinheads brancos, negros, latino-americanos, judeus, orientais, árabes etc. Esse caráter de fusão racial (ou étnica) vem desde as origens do movimento, na década de 1960, na Inglaterra, sendo então resultado inicial da mistura entre a cultura juvenil operária branca e a cultura juvenil negra inglesa desse período.


3. Por que se ouve tanto falar do movimento skinhead como um movimento racista?

Porque nas décadas de 1970 e 1980, parte dos skinheads europeus abandonaram as origens multi-raciais do movimento e começaram a defender idéias racistas, além de se envolverem com partidos políticos que defendiam o nacionalismo extremado, o racismo e até o nazismo. Nesse período, o desemprego era alto e os partidos racistas, nacionalistas e nazistas culpavam os estrangeiros, alegando que eles “roubavam os empregos dos verdadeiros europeus”. Na verdade, o desemprego foi causado pelas reformas implantadas pelos governos direitistas europeus. Os imigrantes não tinham culpa alguma e também sofreram com a crise. Eles apenas foram usados como bodes-espiatórios. Uma parte dos skinheads, por medo do desemprego e por incapacidade política ou intelectual, aceitou a mentira dos partidos racistas, nacionalistas extremados e nazistas, tornando-se também racistas, nacionalistas extremados e nazistas.


4. Se nem todo skinhead é nazista, quantos tipos de skinhead existem?

Basicamente, existem 4 tipos de skinhead: os “tradicionais”, os “boneheads”, os “sharp” e os “rash”.


5. O que são os skinheads “tradicionais”?

Também chamados de “trads”, os skinheads “tradicionais” são aqueles que procuram se manter completamente fiéis às origens do movimento como ele era na Inglaterra das décadas de 1960 e 1970. Assim, além do gosto pela música negra, pelo punk rock e pelo visual clássico (botinas, suspensórios, jeans e cabelos curtos), os “trads” são contra o racismo. Muitos não toleram os “boneheads”, mas outros têm uma postura de neutralidade em relação a eles. Os “tradicionais” definem-se como apolíticos, ou seja, defendem a idéia de que o movimento skinhead não deve se deixar envolver nem pela direita, nem pela esquerda. Outros “trads” afirmam que cada skinhead pode adotar o posicionamento político que quiser, desde que “não o traga para dentro do movimento”.


6. O que são os skinheads “boneheads”?

Também chamados de “WPs” ou “white power” (poder branco), os “boneheads” são desprezados e odiados pela maioria dos “trads”, pelos “sharp” e pelos “rash”. Defendem o ódio contra os GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros), o nacionalismo extremado ou mesmo o racismo, o fascismo e o nazismo. Segundo nossa maneira de ver, os “boneheads” se distanciam negativamente das origens do movimento e, portanto, não podem nem mesmo ser considerados skinheads, mesmo que se afirmem como tais.


7. O que são os skinheads “sharp”?

SHARP vem do inglês “SkinHeads Against the Racial Prejudice”, ou “SkinHeads contra o Preconceito Racial”. Também chamados de “trojan skins”, os “sharp” formam uma corrente do movimento que originalmente saiu dos “trads”. Os primeiros “sharp” acreditavam que frente à existência dos “boneheads” e frente à imagem popular (e equivocada) de que todo skinhead é racista ou nazista, era necessário que os “trads” abandonassem sua postura apolítica ou de neutralidade, assumindo um caráter explicitamente anti-racista e anti-nazista. Hoje, os “sharp” já são um grupo distinto dos “trads”. Defendem a luta organizada contra o racismo, contra o fascismo e contra o nazismo e a necessidade de destruir a imagem errônea que se faz de todos os skinheads como um movimento racista ou nazista.


8. O que são os skinheads “rash”?

RASH vem do inglês “Red and Anarchist SkinHeads”, ou “SkinHeads Comunistas e Anarquistas”. Os “rash” defendem a mesma postura dos “sharp” e vão além, pois acreditam que as lutas contra o racismo, contra o fascismo e contra o nazismo devem fazer parte de uma luta maior contra o próprio capitalismo. Assim, os “rash” combatem o racismo, o fascismo e o nazismo e defendem explicitamente o anarquismo e o comunismo. Também fazem parte da postura do RASH: a luta contra o machismo, o sexismo e contra o preconceito em relação aos gays, lésbicas e afins.

PONTOS DE UNIDADE DA RASH INTERNACIONAL

Estes são os pontos da unidade de R.A.S.H.-Internacional, todas as seções afiliadas devem aceitar estes pontos.

1. Ausência de sectarismo, anima-se às/aos membros do RASH para participarem nas organizações de esquerda ou radicais que desejarem, sempre que não forem sectárias e estiverem dispostas para trabalhar com outros grupos. Todas as tendências da esquerda revolucionária serão aceitas.

2. Socialismo revolucionário, queremos transformar a sociedade burguesa atual numa sociedade que assegure às/aos trabalhador@s o produto do seu labor, a sua liberdade, independência e igualdade social e política. O capitalismo deve ser derrubado pela ação maciça da classe operária.

3. Poder operário, a libertação só será conquistada através da luta d@s própri@s trabalhador@s pelo controle dos meios produtores da riqueza, organizada independentemente das outras classes sociais.

4. Anti-fascismo, sabemos que @s fascistas são as tropas de choque que o capitalismo utiliza para defender os seus interesses quando a democracia burguesa está impossibilitada de os proteger, o fascismo usa como armas a xenofobia, o racismo, o machismo e a homofobia.

5. Anti-policial, entendemos que a polícia é a força armada do sistema de propriedade privada e portanto a nossa inimiga de classe, além de ser a responsável pela destruição das nossas cenas, prendendo e encarcerando @s noss@s militantes e dando proteção a fascistas e direitistas, e portanto é nossa inimiga na rua. Odiamos à polícia e a cooperação com ela nem tem discussão.

6. Contra o racismo, a homofobia e o machismo, acreditamos que todos os seres humanos são iguais, e como tais, dividir-nos com fronteiras e classificações artificiais como “raça”, sexualidade e gênero é um engano. Lutamos contra todas as formas de opressão particular.

7. Anti-imperialismo, a opressão de uma nação por outra faz parte do sistema da exploração capitalista. Nós somos pela independência das nações oprimidas...

História do Oi!

"Esta es la historia del Oi!, el movimiento juvenil más odiado, explotado e incomprendido de nuestro tiempo": así comienza "The Story of Oi!", de Garry Johnson, uno de los análisis más lúcidos y apropiados jamás publicados del Oi! Movement.
¿Por qué "odiado, explotado e incomprendido"? Porque, como ya había sucedido con Sham 69 en los años 1978-79, grupos ciertamente no fascistas aún venían siendo seguidos por sectores juveniles simpatizantes del National Front y de otras organizaciones neofascistas británicas. Pero, al contrario de lo que había pasado con el real punk, que ciertamente no había sido considerado por esto un movimiento de extrema derecha, el Oi! se halla al centro de una verdadera campaña de desinformación, que acabará por sepultarlo bajo la infame etiqueta de "música para nazis". Paradójicamente, en el curso de los años de oro del Oi! -más o menos de 1980 a 1982- la presencia fascista en los conciertos estaba fuertemente disminuida en relación con los tiempos de Sham 69: pero esta es la vida real, y aquí hablamos de otra cosa…
¿Por qué, nos preguntamos, tanto encarnizamiento contra este particular filón del punk, esta escena en la cual skinheads punkizados y punks skinheadizados gritan la propia rabia frecuentemente apolítica, aun más frecuentemente provocadora, siempre gozosamente plebeya? "Porque -responde Johnson- el Oi! es demasiado real para "ellos". Los espanta porque no pueden transformarlo en un suplemento del "Sunday", botarlo a la basura (…) El Oi! es lo que el punk era en sus inicios: la música de la clase obrera tocada por grupos de la clase obrera para jóvenes de la clase obrera (…) recordar la "voz del 78": ¡No Seguir a Ningún Líder!".
La respuesta de Garry Johnson puede en definitiva resumirse en un solo término: "irreductibilidad", una sumatoria del radicalismo antiburgués skinhead y de la rebelión social punk que vuelve al movimiento Oi! portador de un antagonismo absoluto, precisamente "irreductible", enfrentado a todo el sistema de los valores y las reglas elaboradas por la clase dirigente, y que es negado a través de una campaña de demonización no sobre lo que es, sino sobre lo que debería ser para merecer un trato parecido.
La escena Oi!, en el momento en que resulta envuelta en una verdadera epidemia de Moral Panic, ya ha liquidado cuentas con la extrema derecha: la esperanza de la "unidad de todos los muchachos", invocada por Jimmy Pursey ha dado paso a una visión realista de lo que viene sobre la escena musical real punk: de un lado el movimiento Oi! y su público de jóvenes malhechores (apolíticos o de izquierda), de otro lado los grupos de matriz punk-skin claramente derechista - entre ellos Skrewdriver, Elite, Brutal Attack - y su público de jóvenes malhechores (apolíticos o de derecha). Todo es, en esa época, todavía confuso pero ya definido: confuso para quienes observan desde fuera, definido para quienes viven dentro.
El término Oi!, que proviene de la interjección agresiva típicamente cockney "Hoi, you!" ("¡hey, tú!"), viene siendo utilizado para indicar un filón musical preciso a partir de la primavera de 1981 en la revista musical "Sound": el periodista musical Garry Bushell, quien le dedica una serie de artículos e iniciativas (y después una serie de recopilaciones) bautiza con este nombre al nuevo movimiento, un filón específico del real punk, con una filiación directa de las temáticas expresadas por Sham 69, que habían tomado cuerpo últimamente en bandas como Cockney Rejects, 4-Skins, Last Resort, Business, y Angelic Upstarts.
Si debiéramos desarrollar un proceso al nivel de la "politically correctness" del movimiento Oi! y se le confiara a una corte y un jurado formado por las figuras preponderantes en la izquierda inglesa -el estudiante mid-class, el militante laborista o el revolucionario modelo SWP- el veredicto sería probablemente despiadado: en los temas del Oi! soplan vientos de abierto sexismo, se instiga continuamente a la violencia, se trata con desprecio a los "hijos de papi" y sus enfados contraculturales; aquí y allá aparecen vetas homofóbicas, se alaba tal vez demasiado - para el gusto de una izquierda más cosmopolita que realmente internacionalista- la Union Jack y la propia "britanicidad". Todos estos elementos ya aparecen en el punk -no olvidemos un grupo como The Jam y su costumbre de tocar en los conciertos con una enorme Union Jack a sus espaldas- y no habían suscitado ninguna alarma específica de la izquierda. No obstante, basta dedicar un anthem patriótico a la tierra propia, "England", y afirmar que "los fascistas se han apropiado de un símbolo que no les pertenece.
Yo se lo quiero quitar", como hace Thomas "Mensi" Mensforth, líder indiscutible de Angelic Upstarts, para ser etiquetado por la izquierda como "políticamente ambiguo". Y paciencia si durante ese tiempo Mensi participa en las iniciativas de Rock Against Racism, figura entre los fundadores del grupo Skins Against Nazis y dedica el album "2.000.000 Voices" al líder sindical de los mineros en huelga, Arthur Seargill.
En este contexto de paranoia, a los nazis les basta poco para sembrar la duda y recoger consensos: basta apropiarse de una foto de Mensi envuelto en la Union Jack y publicarla, sin él saberlo, obviamente, en su "Bulldog", el boletín del Young National Front, para suscitar sospechas y llamados al linchamiento.
Un perfecto ejemplo de cómo el movimiento Oi! se movía en una atmósfera de perpetuo Moral Panic es dada por las desafortunadas vicisitudes de la segunda recopilación Oi!, "Strenght Thru Oi!". Después del discreto éxito logrado por la primera recopilación "Oi! The Album" (con canciones entre otros de Cock Sparrer, Exploited, 4-Skins y Cockney Rejects) fue producida una segunda recopilación que, en pleno clima de burla punk, retomaba el lema nazi "Strenght Throught Joy" ("La fuerza a través de la alegría").
Casi todos los grupos presentes en la recolección adherían a organizaciones antirracistas, muchas habían tocado en iniciativas de Rock Against Racism, o bien habían organizado sus propios conciertos antirracistas. No obstante, una ligereza de los realizadores del álbum desencadena sobre la iniciativa la ira de toda la izquierda y, sobra decirlo, la atención de los medios masivos de comunicación: según George Marshall, en la portada del álbum debería aparecer un culturista, Carlto Leech, cuya fotografía, sin embargo, no se encontró. Entonces, en el último momento, con el afán y el desorden administrativo típico de las pequeñas producciones, fue escogido el primer skin medianamente atlético que pasaba en aquel momento por la calle: el skin aceptó, y la segunda recopilación Oi! -ya marcada por un título que podía crear malentendidos políticos- se halló en la portada, de pecho desnudo y en posición de combate, con el bonehead Nicholas Crane, activista del British Movement en Kent, luego detenido por un intento de homicidio con trasfondo racial. El disco fue retirado de los negocios y redistribuido con una carátula distinta, pero cuando el caso llegó a las atentas orejas de los medios de comunicación, estalló obviamente el desastre.
En el caso de los conciertos Oi! no sólo el público parecía, entonces, casi totalmente privado de fascistas, sino que se registra además la presencia de jóvenes de origen asiático y caribeño. Pero incluso esto no basta: a los grupos Oi! se les imputó que alababan la violencia futbolística (¡Cierto! Basta pensar, entre las más famosas, en "War on the Terraces", "We are the Firm", "I'm forever blowing bubbles" de Cockney Rejects y "Resort Boot Boys" de Last Resort), la violencia contra las instituciones (¡Muy cierto! Citar también sólo las canciones más significativas es imposible en este espacio, basta con la explícita "A.C.A.B." -"All Cops Are Bastards" -de 4-Skins y "Police Oppression" de Angelic Upstarts), un sexismo abiertamente lumpen (¡Piedad! Ahorrémonos una discografía oceánica…), pero no es posible encontrar una sola canción Oi! que pueda ser acusada de transmitir mensajes racistas o reminiscentes de consignas específicas de la extrema derecha.
Las mismas declaraciones de miembros de varias Oi! bands contradicen abiertamente la acusación de fascismo lanzada por una improbable pareja: prensa burguesa y "prensa militante". Cierto, el nivel de conocimiento político resulta casi nulo, pero queda el hecho de que los 4-Skins subrayaron muchas veces su apoliticidad, los Last Resort y los Angelic Upstarts se definieron como "socialistas old style", los Blaggers y los Oppressed están abiertamente alineados a la izquierda. En "Victory To The ANC It's Up To You", los Blaggers cantan: "Abajo en la ciudad donde el ghetto crece/ en la jungla de cemento el miedo se multiplica/ Por todas partes rabia y frustración/ Ojos de fusil de caza lanzan miradas mortales/ Y con el tiempo, vienen a agarrarte/ Y con el tiempo, te toca a ti/ Sádicos racistas de uniforme/ Piensan poder conquistar la ciudad/ La sutil línea azul quiere apoderarse de la calle/ Pero los muchachos del ghetto no verán la derrota". Aún más "minimalista", pero siempre abiertamente alineado a la izquierda, aparece el líder de los galeses Oppressed, Roddy Moreno, quien funda en 1985 la sección británica del SHARP ("Skinheads Against Racial Prejudice"), red internacional de skins comprometidos en el frente del antirracismo y fundada en Estados Unidos el año anterior.
Confrontando los textos no se registra ninguna diferencia sustancial entre grupos como Oppressed y Angelic Upstarts, abiertamente alineados a la izquierda, y grupos como 4-Skins y Last Resort, destinados a arrastrar tras de sí una equivocada fama de fascistas. "Clockwork Skinhead", de 4-Skins- considerado uno de los grupos más truculentos- se revela, por ejemplo, sorprendentemente (para quien no conoce realmente el grupo) autoirónica: "Lleva tirantas y es rojo, blanco y azul/ hace lo que piensa que debe hacer/ Era un punk, y también un mod/ pero es solo una moda pasajera/ Es un skinhead de relojería (…) Uno de los muchachos/ lo ha llevado a un bar a tomarse una cerveza/ le ha dicho lo que quería escuchar/ le ha dado cuerda como a un juguete/ Quiere ser un hombre pero es sólo un muchachito/ Es un skinhead de relojería/ les explicamos lo que será hoy/ ¿Y qué será?/ Será el mismo o me imitará/ Es un skinhead de relojería".
Los Last Resort, acusados, entre otras cosas, de haber dedicado una canción, "Johnny Barden" a un amigo suyo preso por el homicidio de un homosexual que, tras haberse ofrecido a hospedarlo por la noche, había intentado tener sexo con él: "Mató su propio miedo/ Matando al hombre". No sólo, como anota Stewart Home, "el grupo evita la rima trajinada de "queer" ("marica") cuando canta "Killed his fear/ when he killed the man"", sino que intenta diferenciarse netamente -con la individuación del sentimiento de miedo ante la homosexualidad como móvil de la violencia- de los prejuicios estereotipados de la rough working class ante la homosexualidad. Ya Last Resort y 4-Skins habían participado, junto a Garry Johnson, Business, Red Alert, Infa Riot, Blitz y otros, en la tercera recopilación Oi!, "Carry on Oi!", significativamente dedicada "al espíritu de Che Guevara".
La acusación de fascismo dirigada al Oi!, utilizando sobre todo la figura del skinhead, provocó el estado de alarma injustificado que está en el origen del evento que señala, de algún modo, el repliegue y la semidestrucción del movimiento Oi!.
El 4 de julio de 1981, siguiendo la propuesta de un grupo de skinheads angloasiáticos, se organizó en un bar de Southall, la Hambrough Tavern, un concierto Oi! con los tres grupos de punta del movimiento: 4-Skins, Business, Last Resort. Durante el concierto, que reúne a varios centenares de skins y punks de varias razas y colores, el bar es tamado por asalto por la estructura de defensa antifascista del barrio. Southall es un barrio de la zona occidental de Londres con altísima presencia indo-pakistana, y de algún modo "el corazón de la comunidad asiática londinense". En 1979 había sido ya teatro de violentos encuentros entre militantes del National Front y jóvenes de izquierda y de la estructura de defensa de la comunidad asiática, en los cuales había perdido la vida un activista de la Anti-Nazi League, el profesor Blair Peach. Sobre los hechos de la Hambrough Tavern se contraponen dos diferentes versiones: la de la prensa -apropiada luego por estudiosos del calibre de Dick Hebdige y Dave Laing- es que el séquito de los dos grupos, cerca de doscientos skinheads amontonados en dos pullmans adornados con la Union Jack, desencadenaron una serie de provocaciones generando la durísima reacción del Southall Asian Youth Movement.
Impresiona el trastoque total de lo que sucede en aquel julio londinense: ¿cómo es posible que una escena turbulenta, con fuertes visos de malevaje, pero netamente diferenciada y en conflicto con los primeros grupos punk y skins que se alinean a la extrema derecha, se vea envuelta en hechos y acciones de la "branch" más agresiva del National Front?
La versión dada por el movimiento Oi!, completamente divergente de la oficial reportada en la época sólo en el "Guardian", parece, no por casualidad, más verdadera: en un clima de alarma por las agresiones y las provocaciones de los fascistas, y en particular de los boneheads, se riega la voz de que en la zona habrá un concierto de grupos skinheads, que la prensa ya describe desde hace varios años como genéticamente racistas (ya no "amigos de los delincuentes negros" como en la primera época, sino todo lo contrario). El entorno del SWP, partido que siempre ha visto el Oi! con sospecha, participa probablemente en el aumento del clima de alarma. Recordando la violencia fascista del 79, la estructura de defensa se organiza a la perfección, atacando al enemigo antes de ser atacada.
Un clásico encuentro político callejero, nada nuevo ni sorprendente. El pecado fue que, quienes sufrieron la acción de la estructura de autodefensa de la comunidad no fueron los peleadores del National Front, sino varios centenares de punks, skins, muchachos cualquiera y, con una prevalencia blanca, de todas las razas. Quienes se movieron por estereotipos, deslumbrados por la campaña mass-mediática y por una discreta dosis de xenofobia, esta vez, fueron los jóvenes asiáticos y los "aculturados" militantes del SWP, y no los tan demonizados kids de los ghettos blancos.
A partir de Southall se desencadena en los medios, ni más ni menos que una verdadera "caza de la chiva": la presa es inexistente -el Oi! como música fascista- pero la caza no deja de dar sus frutos. El método es el típico del sistema de medios masivos de comunicación: reflectores, ráfagas de distorsiones, desinterés absoluto por las declaraciones de los interesados. Como recuerda también Pedrini, el escuchado programa televisivo de la tarde "Nationwide" dispara duro contra los 4-Skins, indicándolos como un grupo nazi. Lo mismo hacen el tabloid "Daily Mail", el diario "The Observer" y, sobra decirlo, el boletín del SWP, "Socialist Worker's". Los 4-Skins negaron cualquier afinidad con el nazismo, reivindicando su apoliticidad y, al mismo tiempo, su sentido de pertenencia a la clase obrera. Pero es como responder a caucherazos los golpes de un cazabombardero Harrier.
Sentido general de la alarma: con la música Oi! -como afirma el director del "New musical Express" -"la extrema derecha se introduce por primera vez en el mundo del rock music". ¡No es verdad, pero ante la demonización colectiva suena bien! Cierto, con el transcurso del tiempo los grupos de extrema derecha empiezan a levantar la cabeza, y han seguido creando nuevos problemas (no sólo a los "no blancos" o a los militantes de izquierda, sino también a los fans de los grupos Oi!) pero no por mucho tiempo si nos preguntamos: ¿qué fue lo que puso a cuatro fascistas verdaderos frente a la posibilidad de imprimir una marca nazi tan infame como absurda al primer verdadero movimiento proletario de resistencia juvenil nacido en Gran Bretaña?

Tomado de "Skin and Red"

*Em breve traduziremos esse texto.

História da 2-Tone

No final dos anos 70 várias bandas punx estavam incorporando o reggae em seu repertório, o Clash regravou músicas como “Police and Thieves” (J. Murvim e Lee Perry) e “Pressure Drop” (The Maytals), os Stiff Little Fingers regravaram “Jhonny Was” (Bob Marley), e várias outras também faziam lá suas incursões pelos ritmos jamaicanos e até mesmo alguns integrantes dos $ex Pistols admitiram freqüentar shows de reggae. A aproximação entre o punk rock e o reggae era perfeitamente compreensível, uma vez que ambos nasceram entre os excluídos da sociedade. E para celebrar este contato que produziu músicas tão boas, Bob Marley compôs e gravou a música “Punky Reggae Party”. A fusão do punk rock com o reggae e o ska deu seus frutos e foi responsável pelo interesse que muitos jovens brancos passaram a ter por estes ritmos, assim os velhos discos de ska dos anos 60 foram redescobertos por uma nova geração, e é neste contexto que a semente da Two Tone foi plantada e germinou.

A Two Tone

Para falarmos da Two Tone é imprescindível trazer à tona primeiro a banda The Special AKA, surgida nos idos de 1977 e inicialmente batizada com o nome The Automatics. O Special AKA, começou fazendo um som mesclado entre o punk rock e o reggae e no ano de 1978 participou da turnê “Clash Out One Parole” do The Clash, mas com o fim da turnê os Special AKA voltam para sua terra natal, Conventry, e um de seus integrantes, um cara chamado Jerry Dammers, sugere uma reformulação no estilo da banda, a proposta é aceita, e com isso adotam de vez o ska, tal mudança selaria definitivamente o destino da banda, agora chamada apenas The Specials.
Vem o ano de 1979, e é lançado o single “Gangsters”. Os Specials estavam fazendo ska temperado com punk rock, ou seja, um ska punkizado. Os Specials não estavam apenas lançando um single, junto nascia também um selo, Two Tone, foi como o chamaram, um nome bastante inspirado, tendo em vista o agravamento dos problemas relacionados com o racismo e a violência de partidos inspirados no nazi-fascismo, como o National Front. O nome jogava com a idéia multi-racial sugerida pelos dois tons, preto e branco, também válido para a composição da banda, com musicos negros e brancos. O single fez sucesso e vieram as gigs, inicialmente restritas ao circuito punk, aliás a primeira apresentação de peso dos Specials ocorreu em abril, praticamente um mês após o lançamento de “Gangsters”, e foi justamente junto com as bandas The Damned e UK Subs, mas a partir daí a banda passaria Ter seu próprio público diverso, composto por punx, skins, mods e gente de fora das chamadas “tribos urbanas”, porém fiel, o que proporcionaria as bandas de ska a criação de uma cena própria também.
No mesmo período no qual os Specials se formaram, outras bandas surgiram e se voltavam para o ska, é o caso do Madness, formada em 77 e que no começo chamava-se The North London Invaders, e dos malucos da Bad Manners, em Londres. Da cidade de Birmingham, vinha a The Beat, e da mesma cidade dos Specials, Conventry, vinha a Selecter. Para estas bandas a Two Tone serviu como pólo aglutinador e difusor, com exceção dos Bad Manners, que não se filiou a Two Tone, mas no entanto participaria do filme “Dance Craze”, sobre a Two Tone e o renascimento do ska na Inglaterra. Com a união de outras bandas a sua volta a Two Tone se convertera em mais que um selo, se tornara um movimento musical, responsável pelo ressurgimento do ska, ressurgimento este que ia além de um mero revival, pois trazia elementos novos para o ska, tanto do ponto de vista musical, quanto do lírico.
Musicalmente o ska da Two Tone trazia resquícios do punk rock e de outros ritmos, portanto era um ska mais “energético” e mais elaborado. As letras agora estavam também mais elaboradas e com temas mais amplos, no caso dos Specials estavam também mais politizadas, enfocando temas como o racismo, contra o estupro, a guerra fria e o desemprego causado pela política (neo?)liberal da Sra Margareth Tatcher, era o protesto também herdado do punk, ouça as canções “Why?”, “Ghost Town”, “The Boiler”... Esse lado mais politizado dos Specials não ficava só nas letras, mas também na participação em campanhas como a de solidariedade ao Camboja.
A Two Tone inovou, mas não esqueceu os “clássicos” do ska sessentista, os Specials regravaram “Guns of Navarone (Skatalites), a The Beat atacou com “Tears of a Clown” (The Miracles), as Bodysnatchers, banda inteiramente feminina, trouxe de volta “Let´s Do Rock Steady” (Dandy Livingstone), enfim,, praticamente todas as bandas de ska surgidas no rastro da Two Tone regravaram alguma canção dos musicos de ska dos anos 60. O êxito da Two Tone, a regravação dos “clássicos” do ska, também abriram caminho para os veteranos do ska e do reggae. Desmond Dekker, Lauriel Aitken, Prince Buster, Judge Dread, The Maytals e outros estavam de volta do esquecimento aos estúdios e aos palcos, redescobertos pela nova geração de aficcionados pelo ska. Os novos fãs de ska logo também começaram a montar suas bandas, seguindo a receita da Two Tone, o resultado nem sempre era positivo, pois muitas bandas novas não eram mais que cópias de qualidade inferior das bandas originais da Two Tone, ou então, estavam apenas pegando uma carona oportunista na chamada “segunda onda do ska”.
A Two Tone cresceu e saiu do controle de seus criadores, o impacto inicial também já tinha passado, vieram as críticas negativas e o modismo, de repente milhares de clones de “Walt Jabsco” (aquele desenho de rude boy que se tornou a marca registrada da Two Tone) povoaram as ruas do Reino unido. Em 1980 bandas como a Selecter e a Madness estavam fora da Two Tone. Em 1981 a Two Tone está em crise, tanto que até mesmo os Specials, após o lançamento do single “Ghost Town”, acabaram, mas Jerry Dammers e outros integrantes seguem tocando com o antigo nome The Special AKA, porém, aquele movimento musical do início estava desgatado, praticamente desfeito, mas o selo Two Tone seguiu ativo até 1985. O ultimo lançamento significativo da Two Tone foi o Lp “In The Studio” do Special AKA, este disco trazia fortes críticas políticas, mas musicalmente era bem diferente dos discos dos Specials, e também já não trazia a estética rude boy do início dos Specials.
Das bandas que inicialmente integraram a Two Tone, a maioria seguiu tocando e gravando durante a primeira metade da década de 80, destas bandas a mais duradoura foi sem dúvida a Madness, que lançou seu ultimo Lp em 1986. A Two Tone acabou, mas deixou sua herança, retirou o ska das sombras do esquecimento e o transformou em um ritmo vivo e resistente, bandas como Potato 5, The Toasters, Bim Skala Bim, Loafers e mesmo os Skamoondongos, a chamada “Terceira Onda”, beberam na fonte e seriam impensáveis sem o legado da Two Tone.

Fontes:

- Marshall, George, Espírito de 69. A Biblía do Skinhead, Trama Editorial, São Paulo, 1993.

- Freire, Carlos, The Clash. O Futuro não está Escrito, Fora do texto, Combra, 1992.

- Puissant, Hamel, Skinheads: mitos e realidades, La Letra A, nº35, abril-maio,1992, Espanha.

- The Two Tone Story (encarte do Lp duplo com o mesmo nome), 1990.

Texto tirado do PunkZine Cresça & Desobedeç@ nº 5 de 1998

19 de out. de 2009

Historia do Reggae!



O reggae é um gênero musical que se desenvolveu na ilha caribenha da Jamaica, como uma combinação entre ritmos afro-antilhanos e o Rhythm & Blues estadunidense.
Surgiu em meados da década de 50. Nesta época as radioemissoras do sul dos Estados Unidos, especialmente as da cidade de Nova Orleans, eram escutadas na Jamaica e os ritmos musicais como o Rhythm & Blues(R&B), que provinham de lá, foram mesclando-se com os ritmos originais dos habitantes da ilha.
Os elementos distintivos desta música eram as ênfases do chamado off-beat, de marcada tendência caribenha (na Jamaica o off-beat começou acentuar-se cada vez mais a partir da influência dos ritmos afro-antilhanos tornando-se mais notável e foi desta forma que derivou-se o ska, o blue beat, e o rocksteady, antecessores imediatos do reggae.) .
No final dos anos 60 uma nova geração de músicos que intentavam novas formas de tocar rocksteady, com uma visão atenta aos cantos rastafaris, que enfatizavam uma repetição rítmica e assumidamente ligada a um movimento e a uma pressão social. Nasce assim o movimento reggae, que colocava em primeiro plano o baixo e a bateria deixando os outros instrumentos como acompanhamento. Foi também influenciado pela música soul com suas doces armonias e o rock com seus sons elétricos mais crus. Outro elemento importante no desenvolvimento do reggae foram as letras das músicas que refletiam situações sociais e uma crítica a sociedade capitalista. O reggae tem músicas que tratam sobre pobreza, política e rastafarismo (culto religioso jamaicano que homenageia como deus- “Jah”– ao falecido imperador da Etiópia, Haile Selassie I- antes de seu coroamento “Rastafari Makonnen”). O reggae influenciou outros estilos musicais como o punk rock e foi originador do rap, iniciado por jamaicanos residentes em Nova York. O rap regressou como influência ao moderno estilo de reggae, o raggamuffin. Esta música sobreviveu ao passo dos anos e a Jamaica segue sendo a principal origem de toda a música reggae produzida. Outros países como Inglaterra(devido ao grande número de imigrantes e descendentes jamaicanos), países africanos e latino-americanos produzem muito bons artistas de reggae.

Princípios do Reggae
Não há dúvida de qual foi a primeira gravação a usar o termo "reggae"- em qualquer das diferentes ortografias- foi "Do the Raggay" dos Maytals, publicado por Leslie Kong em seu selo Beverly em 1968. Contudo, se mantém discutível qual foi o primeiro a assinalar a mudança do rocksteady, no início de 1968. A muito versionada "Nanny Goat" (do Studio One) de Larry & Alvin e "No More Heartaches" (para Harry Johnson) dos Beltones, são as mais citadas freqüentemente, mas, algo fundamental estava tocando antes disso, "Pop A Top" de Lynford Anderson, produzida e dirigida por Anderson para seu próprio selo, Upset, justamente no início do ano(1968). "Pop A Top" foi inspirada num estilo de ritmo que era notavelmente mais rápido que o do rocksteady, um desenvolvimento levado mais longe em meados de 1968, quando Anderson colaborou com Lee Perry em "People Funny Boy". Este enorme êxito estava dentro da tradição de "guerra musical" (o branco era Joe Gibbs), mas o ritmo sobre o qual Scratch vocalizava sua criação era muito mais rápida que o do rocksteady, com um toque insistente de guitarra que parecia acelerar mais o passo. A integração do choro de um bebê na mixagem não só realçava a atmosfera, também antecipava o grande rol do engenheiro de gravação e de experimentos com diferentes mesclas.
Entretanto, é muito simples dizer que o reggae era um compasso rápido, nada mais, porque entre os ritmos mais rápidos associados com os princípios do reggae havia algumas gravações que eram mais lentas que o rocksteady. E mais, a música jamaicana tomou uma maior diversidade que nunca antes havia mostrado. O que unia tudo era uma nova qualidade rústica das melodias e a harmonização do conjunto, todavia, mais centrado no baixo elétrico. O reggae em todas suas variantes assinalava um rompimento da fluidez do rocksteady e as aspirações de produtores como Duke Reid e Clement Dodd para duplicar o refinamento do soul de Detroit e Chicago. A música era agora mais extrovertida e mais próxima em espírito a James Brown que aos Impressions.
É adequado que a palavra "reggae" permaneça como a classificação favorita para toda a música popular jamaicana, porque o reggae surgiu num período extraordinário de experimentações, em que todos os estilos posteriores foram prefigurados e todos os estilos prévios absorvidos. A música de 1968-74 se extendeu desde a rápida e abrupta instrumentação de bandas "session" como os Upsetters de Lee Perry, os Dynamites de Clancy Eccles e os Crystalites de Derrick Harriott; continuado pelos trabalhos de grupos vocálicos como os Heptones, Carlton 2k his Shoes, os Cables e os Beltones; até os sons de acordes menores e imaginários Rasta de "tracks" que antecipam a revolução "roots" dos meados de 1970. Foi no princípio da era do reggae que se tornou comum para os deejays de sound system falar em gravações e a origem das técnicas do Dub também se encontram aqui. Centralmente, no desenvolvimento destes diversos ramos foi o surgimento de produtores mais jovens, por exemplo, homens como Anderson, Lee Perry, Bunny Lee, Clancy Eccles e Winston Riley; todos inventaram novos ritmos para driblar o domínio de Dodd y Reid, geralmente usando músicos que não eram "sessioners" estabelecidos. Para tomar emprestado o imaginário presente de Bob Maley (que estava então gravando para outro antigo empregado de Coxsone, Lee "Scratch" Perry), havia um aumento no número de pequenos machados para cortar as grandes árvores.