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Seja bem-vindo(a) à página dos SKINHEADS CEARÁ, um coletivo que agrupa principalmente skinheads, sejam eles anarquistas, comunistas, ou sem nenhuma ideologia definida, mas também outras culturas irmãs (como os mods, rude boys e punks). Possuímos em comum a paixão pelo oi!, ska e reggae; o prazer por uma cerveja gelada e um bom futebol; o sentimento classista e a revolta diante de toda e qualquer forma de discriminação e exploração. Leia mais...

21 de out. de 2009

SKA: ORIGEM E DIFUSÃO

O ska é um ritmo originário dos bairros pobres de Kingston, capital da Jamaica, é anterior ao reggae e mais acelerado. Antes do ska outros ritmos eram tocados e ouvidos nos subúrbios de Kingston, como o mento e o calipso, o ska vai então surgir da mistura destes ritmos com a influência do jazz, boogie woggie e outros, vindos dos EUA.
O público ouvinte de ska eram as turmas de rude boys, compostas por jovens negros marginalizados e que adoravam filmes de gangsters, talvez por haver alguma identificação entre os rudies e os personagens dos filmes, na questão da marginalidade. A estética dos gangsters inspirou também o visual dos rude boys, e estes saíam as ruas e apresentações de grupos e cantores(as) de ska usando óculos escuros, chapéus de feltro, sapatos, ternos geralmente pretos e calças tipo “pegando siri”. Mesmo sendo o ska um ritmo dos guetos, tocado e curtido por gente do gueto, no aspecto das letras não se encontra no ska dos anos 60 nenhum vestígio de politização, apenas sinais de insatisfação social em letras abordando temas como a marginalidade, a discriminação e a vida dura da classe trabalhadora, mas a tônica geral das letras era mesmo dada pela diversão, festas, situações cômicas, e até filmes.
Nos anos 60, grandes levas de imigrantes das ex-colonias britânicas nas Antilhas se dirigiram à velha metrópole para tentar a sorte, e assim como nos seus países de origem esses imigrantes iam se habitar os bairros mais pobres das grandes cidades inglesas e ocupar os empregos mais mal remunerados, realizando as tarefas mais penosas. Mas para os momentos de descontração ou para falar de suas dificuldades, os imigrantes antilhanos também levaram seus ritmos, entre eles o ska. Nesse período, nas ilhas britânicas, o ska era tocado em clubes clandestinos, freqüentados é claro, por rude boys. A convivência entre jovens negros das turmas de rude boys com jovens brancos das turmas de mods e depois de skins ajudou a disseminar o ska para além da comunidade antilhana, mas ainda sem sair dos subúrbios.Nos anos 60 o ska não chegou a ser um ritmo para as massas, ficou restrito ao “underground”, foram poucos os músicos e cantores(as) ligados ao ska a fazerem algum sucesso, como Desmond Decker com a musica “Israelites” em 1969. Mas mesmo no “underground” havia um público juvenil que estimulou o surgimento de diversos selos especializados em ska, a maioria no entanto, efêmeros. Outra coisa curiosa, os cantores(as) de ska nas suas gravações na Inglaterra eram, na maioria das vezes, acompanhados por músicos brancos, dando um caráter mestiço ao ska.
Com a chegada da década de 70, surge o reggae, derivado de ska, fazendo certo sucesso comercial, vem também a decadência das gangues juvenis, isso, e mais um possível desgaste criativo teriam levado o ska a um período no qual praticamente desapareceu, só sendo retomado com o nascimento dos punx, através de bandas como The Clash e Stiff Little Fingers, só para citar as mais famosas, que mesclavam elementos do ska em suas musicas. Mas é no final dos anos 70 que o ska é retomado de fato por um movimento musical chamado Two Tone. Eis alguns dos principais artistas de ska dos anos 60: The Skatalites, The Upseters, Desmond Dekker, The Maytals, Symarip, Lee Perry, Bob & Márcia, Judge Dread, Pat Kelley, Prince Buster, Derrick Morgan, Laurel Aitken e até mesmo Jimmy Cliff começou cantando ska.

Texto tirado do PunkZine Cresça & Desobedeça nº 4 pág. 26 ano de 1998.

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